Jundiaí, 13 de abril de 2020 – Antes da crise causada pela pandemia do coronavírus, a perspectiva era de que o comércio brasileiro atingisse quase R$ 2 trilhões de faturamento em 2020, registando crescimento de 2,4% em relação ao ano passado, ou R$ 5,4 bilhões de vendas diárias nos 366 dias deste ano. Com as restrições impostas ao funcionamento do comércio e prestação de serviços não essenciais, em um cenário moderado, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) prevê queda de ao menos 5,9% no meses de abril, maio e junho e, depois, retorno gradual ao ritmo normal. Dessa maneira, haveria retração anual de vendas de aproximadamente R$ 115 bilhões, o equivalente a uma baixa de 3,6% sobre 2019, considerando as estimativas pré-crise.
De acordo com Edison Maltoni, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Jundiaí e Região (Sincomercio) e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Jundiaí (CDL), para se ter uma ideia, o valor dessa baixa equivale a 21 dias de todos os estabelecimentos comerciais do País completamente fechados.
“Nós entendemos que trata-se de um cenário sem precedentes e que a prioridade neste momento é conter a disseminação do covid-19 e reduzir os danos à saúde. No entanto, para tentar evitar consequências mais severas na economia por conta da restrições impostas ao funcionamento do comércio e à circulação de pessoas, o Sincomercio e CDL têm cobrado dos governos estadual, federal e municipal ações emergenciais para a manutenção das empresas e dos empregos, bem como um plano de retomada”, afirma Maltoni.
Cenários
No Estado
de São Paulo podem ocorrer quedas de, no mínimo, 7,7% no faturamento do varejo
em cada um dos meses de abril, maio e junho, em um cenário moderado durante a
pandemia; de 8,3%, em uma conjuntura mais grave; e de 9%, em uma situação de
crise mais aguda, de acordo com o estudo da Federação. As perdas podem chegar a
R$ 60,3 bilhões, R$ 65,3 bilhões e R$ 70,2 bilhões, respectivamente.
Os pequenos comerciantes representam
mais de 90% do setor varejista brasileiro. Levando em consideração uma
conjuntura grave, com a queda média de 10% do faturamento nos meses de abril,
maio e junho, em torno de 44 mil empresas pequenas não poderão suportar a crise
e encerrar as atividades em 2020.
Haverá um prejuízo de ao menos R$ 54,5 bilhões em relação à estimativa de
vendas antes da pandemia, com possibilidade de fechamento de até 191 mil vagas
de empregos formais.
“São dados extremamente preocupantes e alarmantes que demandam a elaboração de um plano pós quarentena, urgente e claro, que ampare os estabelecimentos afetados em função da restrição de atendimento ao público pela determinação do fechamento do comércio de itens considerados não essenciais”, ressalta Maltoni.